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Newsletter # 10

Nesta Newsletter você poderá ler:
1. O mutante motoqueiro
2. Seguro viagem
3. Yosemite
4. Qual a sua história no motociclismo?



  • Mutante.html

    O mutante motoqueiro

    Arnaldo Dias Baptista, cantor, multi-instrumentista, arranjador, compositor e apaixonado pelas motos. No ano de 1970, aos 22 anos, Arnaldo estava cansado das turnês e toda a energia que o auge dos Mutantes lhe tomavam. Decidiu vender sua britânica Matchless 500 e trocá-la por outra para fazer uma longa viagem, queria chegar até os Estados Unidos. Ele e seu amigo Eduardo encontraram 02 BMW R-50, e decidiram adquiri-las para a viagem. Seu amigo vendeu uma Harley-Davidson 1952 para comprar a BMW e caíram na estrada (no bom sentido, claro).

    As condições das motos eram precárias, nem mesmo foram revisadas para a aventura, bem ao clima do movimento hippie, que aqui no Brasil chegava com toda a força. A inspiração para a aventura veio do lendário filme “Easy Rider”, que havia sido lançado há 01 ano, em 1969, revolucionando a cultura motociclística.

    Nossos amigos passaram por muitas boas situações na estrada, outras nem tanto.  Liderados por Arnaldo que era quem fazia a manutenção das motos nas horas de aperto, experiência mecânica adquirida no famoso Jipe dos Mutantes e em sua Matchless.

    Durante o percurso em terras brasileiras foram bastante assediados pelos fãs dos Mutantes, porém tudo mudou ao sair do país, onde Arnaldo encontrou a liberdade pretendida. A viagem exigiu muitas paradas para consertar as motos. No Peru, uma delas quebrou e Arnaldo arrumou emprego em uma oficina para consertá-la.

    No Panamá eles encontraram o guru dos Beatles, Maharishi Mahesh Yogi, com quem trocaram algumas palavras. Encontraram também um traficante que lhes vendeu LSD. Arnaldo queria ver o que estava escrito nas estrelas, pois até então nunca havia experimentado ácido. Acontece que o cara foi pego e os dedurou, eles tiveram que jogar a droga na privada do hotel para não serem presos.

     

    A viagem demorou mais que o esperado e Arnaldo precisou voltar, por conta da turnê do disco “A Divina Comédia”. Deixou uma grana com um amigo americano para despachar a moto para São Paulo e tomou um avião. Seu amigo Eduardo prosseguiu até o Canadá.

     

    A viagem demorou mais que o esperado e Arnaldo precisou voltar, por conta da turnê do disco “A Divina Comédia”. Deixou uma grana com um amigo americano para despachar a moto para São Paulo e tomou um avião. Seu amigo Eduardo prosseguiu até o Canadá.

    Ao chegar ao Brasil, Arnaldo vendeu a BMW, pois o pai de Rita tinha medo da guerra e associava o ronco da germânica aos nazistas.

    Por sua garagem passaram outras belas motocas, como Norton 500 cc e Triumph Bonneville 650 cc. Além da paixão pelas britânicas, tem uma admiração pela MV Agusta, moto com a qual Giacomo Agostini foi campeão mundial por várias vezes.

    Arnaldo também correu as 200 milhas de Interlagos no ano seguinte, a bordo de uma Bultaco TSS de 250 cc. Não se entendeu muito bem com a falta de freio motor do 02 tempos e acabou rodando na curva três. Não se machucou, mas ficou irritado por ter destruído seu Rolex novinho.

    Rita Lee era quem cronometrava os tempos de volta de Arnaldo. 

    Vale a pena conferir esta matéria da revista Trip, que conta a história toda do Mutante Motockeiro e seus amigos, com detalhes.

    Neste link do site Motos Clássicas 70, a história da prova de 1971, baseada na matéria da revista Quatro Rodas.

     
  • Seguro.html

    Seguro viagem

    É bastante recomendável que se possua um seguro específico ao viajar, a fim de evitar eventuais transtornos ou um rombo no orçamento. O objetivo do seguro-viagem é evitar que seja preciso colocar a mão no bolso em alguma emergência.

    Alguns cartões de crédito internacional incluem seguro-viagem. Também seu plano de saúde pode ter cobertura no exterior, dependendo da extensão da cobertura. Em ambos, é necessário avisar sobre a viagem pra ativar o serviço e é importante conferir os procedimentos específicos de utilização.

    Se não tiver estas serviços agregados ao cartão, plano de saúde ou ainda uma proteção adicional você pode contratar um seguro-viagem através da sua agência de turismo ou seguradora. O trâmite deve ser feito ainda no Brasil.

    Há vários níveis de cobertura oferecidos, com internação hospitalar, emergência, cobertura odontológica, ou mesmo reembolso em atendimento em rede não credenciada.

    Fora da área de saúde, alguns serviços oferecidos: reembolso em caso de roubo ou perda da bagagem (independente do recebido pela companhia aérea), ajuda em eventuais problemas jurídicos e translado do corpo, em caso de morte.

    Há certas restrições na cobertura no caso da prática de esportes, ou atividades de risco. Caso este seja seu vale uma atenção especial ao termos do contrato. Pode ser necessária a contratação de um seguro específico ou pagamento de taxa extra.

    Dê preferência a empresas que ofereçam atendimento 24 horas e em português.

  • Yosemite.html

    Yosemite

    Criado no ano de 1.890, este belíssimo parque possui uma área de 3.081 km², e está localizado na California. Mais de 03 milhões de pessoas o visitam anualmente, sendo que sua área mais acessada compreende 19 km², com estradas bem pavimentadas e fácil acesso às cachoeiras e penhascos.

    Destaque para o “El Capitan”, um imenso monolito com 2.300 metros de altitude, procurado por muitos alpinistas do mundo todo.

    As opções de atividades no parque são inúmeras, como caminhadas, passeios programados de shuttle (van), oficinas de música, alpinismo, pesca, rafting e natação, entre outras.

    O ingresso para acesso ao parque custa em média U$ 20,00 e dá direito a 07 dias de visitação, opção interessante para quem deseja se hospedar nas imediações e programar algumas atividades.

    Indo de moto, a estrada que corta o parque é a Rodovia 41, e passa por muitas das principais atrações, como os mirantes “Tunnel View” e “Glacier Point”, de onde se avistam ao mesmo tempo, a “Yosemite Falls” e a muralha de pedra “Half Dome”.

    Ao visitar o parque não é difícil avistar ursos e coiotes às margens da estrada, assim como várias placas de advertência para não alimentá-los, a fim de evitar acidentes provenientes do contato com eles.

     

     

     
     
     
  • motociclismo.html

    Qual a sua história no motociclismo?

    Seja desde cedo ou mais experientes, todos temos uma história para contar. Destaco o belo relato do meu amigo Roberto Negreiros, de Curitiba, que mostra como uma motocicleta pode chegar e mudar tudo, da qualidade à maneira como encaramos a vida. 

    Minha História no Motociclismo

    Corria o ano de 2002; eu tinha 37 anos e vivia sob o risco manifesto de sofrer um infarto.

    Fumava 4 maços de Charm 100’s por dia, comia compulsivamente, pesava mais de 100 Kg. e vivia estressado. Dormia mal, só pensava em trabalho e não praticava qualquer atividade que proporcionasse algum prazer, além de frequentar a sauna do meu clube, onde, além de um papo mórbido com outros advogados estressados, só fazia comer, beber e dormir.

    Não me lembro bem o porquê, mas um dia me submeti a um teste de esforço (esteira), e acabei passando muito mal; perdi o fôlego e, por alguns instantes, a própria consciência…

    Enquanto me recuperava, o médico (que recentemente faleceu, fulminado por um infarto, enquanto trabalhava naquele mesmo consultório…), advertia-me sobre a necessidade de mudar os hábitos de vida… dizia-me ele que se eu viesse a ter um mal-súbito, seria tão forte – e súbito – que talvez eu sequer tivesse tempo de lembrar aquelas recomendações… Mas o doutor “pegou na veia” mesmo quando me fez lembrar que, em casa, meu filho – então com apenas 8 anos – esperava por mim.

    Naquele dia mesmo tomei algumas providências. Um outro médico, amigo da família, já havia nos falado do Zyban (medicamento auxiliar no tratamento do tabagismo), e eu decidi experimentar. Foi um sucesso. Em 15 dias parei de fumar.

    Precisava emagrecer, mas o excesso de peso dificultava a prática de exercícios físicos… então comecei a tomar Reductil para controlar o apetite, e, aos poucos, fui adotando as caminhadas no Parque Barigui, muito próximo à minha casa. Inicialmente, ia ao parque dia sim, dia não; ali chegava às 5:00 h., fazia alongamentos, caminhava até as 6:30 h., mais alongamentos, e finalmente às 07:00 estava em casa para tomar banho e me arrumar para o trabalho.

    Peguei gosto pela coisa.

    Mercê do bem-estar e da disposição que ganhava com as caminhadas, em poucas semanas elas se tornaram atividade diária, corroborando a perda de peso. Fiquei animado, e no clube troquei a sauna pela academia, onde passei a praticar musculação duas vezes por semana, enquanto meu filho aprendia karatê.

    Modifiquei radicalmente os hábitos alimentares, a ponto de deixar de consumir carne vermelha. Minhas fontes de proteína eram soja e carne de peixe, sempre acompanhadas de muita salada, muito legume, muita fruta e muita água.

    O processo de recuperação da minha saúde, da disposição física e do bem-estar geral se tornou um círculo-vicioso… cheguei a perder 28 Kg e me sentia melhor a cada dia, em literalmente todos os sentidos. Voltei aos estudos e à prática dos trabalhos de voluntariado na Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas; tornei-me outra pessoa.

    Numa lindíssima manhã de sábado, depois de caminhar e correr duas ou três vezes o circuito do Parque Barigui, encontrei com minha mulher no bistrot “Casa Amarela” (mantido pela Prefeitura de Curitiba com renda revertida para ações sociais), e ali sentamos para ver o movimento enquanto tomávamos água de côco. Foi quando um harleyro apareceu, fazendo barulho. Não me lembro exatamente do modelo da moto, mas, com certeza, era uma touring vermelha. Detive-me em observar aquele sujeito e a satisfação que transmitia por estar ali, com sua máquina linda, poderosa e reluzente… tirou o capacete (era um modelo “coquinho”, recordo-me perfeitamente desse detalhe), pendurou na manopla, apeou, pegou uma água de côco e ficou ali, contemplando a paisagem…

    A cena durou uns 15 minutos. O harleyro subiu na moto, vestiu o capacete, deu a partida, bateu primeira e saiu, pipocando… então virei para minha mulher e disse:

    - Você vai achar que eu estou ficando louco, mas acho que vou comprar uma moto…

    A resposta, não menos surpreendente que minha declaração:

    - Então compre uma moto grande, porque eu vou sair com você!

    A suposição de que ela fosse duvidar da minha sanidade mental deitava raízes no fato de, até então, motocicletas me parecerem máquinas perigosas, verdadeiros passaportes para o cemitério, ou, na melhor das hipóteses, moedas de troca bem-aceitas no mercado de muletas, cadeiras-de-rodas e outros apoios ortopédicos…

    A história familiar jamais nos permitira esquecer um jovem casal de primos que morrera tragicamente na BR-376 (época em que o trecho Curitiba – Joinville, antes da duplicação, era conhecido como “Corredor da Morte”), em plena lua-de-mel, quando viajavam… de moto!

    Mas, “voltando à vaca fria”, na segunda-feira eu me matriculava numa moto-escola para ter a primeira aula prática já no sábado seguinte. Eu sabia, sequer, subir numa moto!

    Já na segunda aula confundi acelerador com freio e dei uma homérica trombada no muro… um fiasco, diante dos demais “alunos” que, ao contrário do que se dava comigo, tinham prática na pilotagem e estavam ali só para cumprir um rito estritamente legal e obter a habilitação!

    Antes de terminar a bateria de 15 horas-aula, comprava minha primeira companheira: Pennelope, uma linda Virago XX 250 S, grená, adquirida 0 Km na concessionária Yamaha, por exatos R$ 10.000,00.

    Foram três meses, ao longo dos quais rodei 3.500 Km. E a “viraguinho” já me parecia um tico-tico. Eu queria mais.

    Dali fui para a Shadow (Bettina), para a Intruder (Rebecca), para a Drag Star (Luísa) e para a Bandit (Suzana).

    A experiência com a Bandit foi interessantíssima… mas eu ia acabar me matando com ela.
    Seduzido pela potência e pela sensação de segurança transmitida pela excelência da estabilidade em curvas e dos freios, comecei a abusar. Numa noite de sexta-feira, ao chegar na garagem do nosso apartamento em Caiobá, meu filho flagrou o registro de 229 Km/h. (velocidade real, apontada pelo computador de bordo), que eu atingira na PR-508, a caminho da praia.

    Àquela altura eu já tinha voltado a fumar, pesava mais de 100 Kg e sofria de síndrome plurimetabólica. Então resolvi sossegar o facho: vendi a Bandit e comprei uma Shadow VT 750, a quem batizei… Gisele!

    Foram 18 meses de pura alegria com a Gisele.

    Mas, a exemplo das outras custom que tinham passado pela minha vida, a moça era, na realidade, um espectro daquela inspiradora harley vermelha que eu tinha visto no bistrot do Parque Barigui enquanto tomava água de côco…
    Desde os tempos de Pennelope, o meu mais verdadeiro desejo firmava-se no sentido de ter uma harley; tanto que a escolha de acessórios e demais itens de personalização alinhava-se exatamente na direção de deixar minha moto o mais parecida possível com uma legítima Harley-Davidson, “a lenda”!

    Em 2008, aos 45 anos de idade, meu filho com 15, e sob condições de saúde que me faziam supor que eu já não teria muito tempo para realizar sonhos, resolvi me presentear com a Barbara, uma Harley-Davidson FLHRCI Road King Classic, zero km.

    Finalmente, sobre a Barbara, além do apego por tudo o que ela me proporciona em contra-partida do pesado investimento e do custo da manutenção (o prazer dos passeios, das viagens, e, muito especialmente, o valor incomensurável das amizades que ela me proporcionou em curtíssimo espaço de tempo), só tenho a dizer que a considero, de longe, a coisa mais linda que as mãos do homem já foram capazes de produzir; trata-se de uma peça que não pode se tornar mais bonita… é simplesmente perfeita!

    Eu até encontraria meios, mas teria muita dificuldade em ser feliz sem ela na garagem…

    by Negreiros



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